quarta-feira, 19 de novembro de 2014

As cartas que te escrevi


Enquanto estava grávida escrevi-te algumas cartas. Esta é um delas...



No dia 30 de Agosto descobrimos que uma pequena criatura estava a crescer dentro de mim. Foi uma grande alegria, sem grandes medos ou ansiedades. Ao contrário do que esperava acho que encarei tudo com muita calma e serenidade (um dia vais perceber que estes são adjetivos que não se encaixam muito bem na personalidade da tua mãe, mas os milagres existem). Eu e o pai demos muitos beijinhos e abraços e fomos comprar um segundo teste de gravidez, desta vez para sabermos quantas semanas já tinhas. O resultado +5 deixou-nos pasmados, tanto tempo e não tínhamos dado por nada (ok o pai diz que já desconfiava). Seguiram-se jantares, telefonemas e visitas surpresas a família e amigos para partilharmos a novidade.

Nos entretantos as consultas médicas, o medo antes de entrar nas salas e a alegria à saída das mesmas por sabermos que estava sempre tudo bem.
Na primeira ecografia o médico disse que parecia ver uma rapariga, por isso durante as primeiras semanas tiveste outro nome, Maria do Carmo. Às 17 semanas não aguentámos e fomos fazer um teste para saber o sexo. Resultado: menino. Não imaginas a alegria do teu pai, era impossível não ficar feliz só de o ver assim.
Depois o nome. Afonso, Joaquim Maria, António Maria, Gonçalo Maria. Não foi difícil, umas cedências de parte a parte e encontrámos aquele que nos parece o nome perfeito para o nosso primeiro filho, António Maria.

E nestas 23 semanas que já lá vão tem sido assim, cada dia uma coisa nova, os primeiros pontapés, a primeira roupinha, os primeiros beijos do pai na barriga, as primeiras conversas contigo, as primeiras fotografias. E às vezes ainda não acredito que seja verdade, que mais de metade do caminho já está percorrido e que lá para meados de Abril já estarás nos nossos braços.

Estão a ser as melhores 23 semanas da minha vida. Obrigada.

Beijos.
Mãe

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