Ao ver-te assim, pertinho dos teus primos, sentado com eles à mesa ou deitado no chão do vosso quarto na casa da avó. De coração cheio ao ver-te agarrar na mão do Martim enquanto observas com muita atenção as brincadeiras malucas do Francisco e aprendes a ser um pouco mais terrorista. De coração cheio ao ver-vos vestidos de igual na noite de Natal e saber que para o ano serão quatro de calções ao xadrez.
Como eu gostava de vos ver mais vezes assim, muito mais do que duas vezes por ano...
Um blog para o meu filho António, para que possa ler quando crescer. Um blog para mim, para que estas linhas me recordem sempre do que senti em cada momento. Um blog para as amigas, para que não tenham mais de ler os meus grandes desabafos sobre a maternidade no telemóvel. Um blog para quem vier, onde tudo o que é escrito vem do coração.
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Progressos
Este final de ano tem passado a uma velocidade alucinante e está a ser marcado por uma série de progressos e novidades. Ainda no mês passado o primeiro dente e logo de seguida um outro veio fazer-lhe companhia. Ganhaste dois dentes e uma nova acunha, bidente chamamos-te com carinho.
Aprendeste a sentar direitinho e a gatinhar à comando o que segundo a tua pediatra (que terá o merecido lugar de destaque num post futuro) é a forma que alguns destravados como tu escolhem para gatinhar e é tão legítima como as mais conhecidas formas da arte de rastejar pela casa, por isso podes continuar desse jeitinho tão teu.
Mais recentemente fomos pela primeira vez os três ao teatro e enquanto todos olhavam para o palco, eu olhava para ti e chorava que nem uma tontinha por te ver tão feliz e atento. Não há um dia em que não me recorde de tudo o que passámos e em que não me sinta a pessoa mais feliz e sortuda do mundo por estares a crescer tão bem e saudável, mas a verdade é que sempre que fazemos alguma coisa especial parece que uma parte de mim fica a gozar o momento e a outra volta uns meses atrás e passa por tudo de novo, mas agora sem dor, só com gratidão.
Mas voltando aos progressos... nesta última semana começaste a ficar de pé agarrado à cama e ao sofá, aprendeste a bater palminhas e voltaste finalmente a palrar. Ainda não chamas por mim, ainda não chamas pelo teu pai, nem mesmo pela cartuxa, mas por uma tal de tété e cada vez que o dizes sorris, com o sorriso mais tonto e lindo do mundo. Tenho cá para mim que é uma primeira tentativa de dizeres mamã, mas se calhar é só o meu coração de mãe a falar :)
Aprendeste a sentar direitinho e a gatinhar à comando o que segundo a tua pediatra (que terá o merecido lugar de destaque num post futuro) é a forma que alguns destravados como tu escolhem para gatinhar e é tão legítima como as mais conhecidas formas da arte de rastejar pela casa, por isso podes continuar desse jeitinho tão teu.
Mais recentemente fomos pela primeira vez os três ao teatro e enquanto todos olhavam para o palco, eu olhava para ti e chorava que nem uma tontinha por te ver tão feliz e atento. Não há um dia em que não me recorde de tudo o que passámos e em que não me sinta a pessoa mais feliz e sortuda do mundo por estares a crescer tão bem e saudável, mas a verdade é que sempre que fazemos alguma coisa especial parece que uma parte de mim fica a gozar o momento e a outra volta uns meses atrás e passa por tudo de novo, mas agora sem dor, só com gratidão.
Mas voltando aos progressos... nesta última semana começaste a ficar de pé agarrado à cama e ao sofá, aprendeste a bater palminhas e voltaste finalmente a palrar. Ainda não chamas por mim, ainda não chamas pelo teu pai, nem mesmo pela cartuxa, mas por uma tal de tété e cada vez que o dizes sorris, com o sorriso mais tonto e lindo do mundo. Tenho cá para mim que é uma primeira tentativa de dizeres mamã, mas se calhar é só o meu coração de mãe a falar :)
sábado, 20 de dezembro de 2014
O balanço
Um mês de blog. Menos publicações do que as que queria, mais mensagens positivas do que alguma vez esperei vir a ter. Hesitei muito em partilhar estes textos, expor desta forma parte da nossa vida. Enche-me de alegria receber mensagens de pessoas que passaram na minha vida e com as quais retomei agora contacto graças ao que te escrevo. Fico sensibilizada por saber que familiares e amigos ficaram emocionados com algumas palavras.
Quero continuar a escrever-te da mesma forma. Quero continuar a escrever sobre ti, sobre nós, para que possas ler estes textos daqui a uns anos e eventualmente através deles entenderes um pouco melhor quem és e no que te tornaste.
Prometo continuar a escrever-te com todo o meu coração de mãe, de forma pirosa, lamechas e totalmente apaixonada.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Amigos à força
Diana 36 semanas, Miguel 31 semanas, Diogo 27 semanas, Maria 35 semanas. Estes foram, sem que tu ou mesmo nós pudéssemos escolher, alguns dos teus primeiros amigos, super bebés que tal como tu nasceram muito antes do tempo.
Após três dias de cuidados intensivos onde um vidro separava a tua incubadora n8 da incubadora de outro bebé, a tão aguardada passagem para os cuidados intermédios. Aqui o teu primeiro contacto, apesar de ainda numa incubadora, com o choro dos outros bebés. Na verdade não me recordo de vos ouvir chorar muito, talvez na hora do banho quando as compressas com água morna molhavam a vossa pele ainda frágil ou quando vos tirávamos do ninho para sentirem o calor do nosso colo. Já nós, começávamos a criar alguns laços com outros pais de quem nunca soubemos o nome, eram simplesmente os pais da Diana ou os pais do Miguel, a mãe do Diogo e os pais da Maria. Não tinham nome, mas tinham uma história em comum, atrever-me-ia a dizer que com algumas mães partilhei mais num mês do que com alguns amigos no último ano.
Havia pais de passagem. Pais que ali passavam um ou dois dias quase sempre resultado de uma pequena complicação no parto ou de um bebé que precisava de fazer fototerapia. Para outros, a estadia era bem maior.31 dias para nós, mais de 90 para alguns. Não sei se a palavra certa será inveja, mas tantas vezes desejei que aquele ovo que via à porta da sala para levar um bebé para casa fosse o teu ovo. Não sei se a palavra certa será egoísmo, mas tantas vezes respirei de alívio por ser o alarme de outro bebé a disparar. Apesar destes sentimentos feios mas de certa forma legítimos, ficava feliz cada vez que um bebé ia para casa e acima de tudo aumentava também a certeza de que o nosso dia estaria para breve.
Após três dias de cuidados intensivos onde um vidro separava a tua incubadora n8 da incubadora de outro bebé, a tão aguardada passagem para os cuidados intermédios. Aqui o teu primeiro contacto, apesar de ainda numa incubadora, com o choro dos outros bebés. Na verdade não me recordo de vos ouvir chorar muito, talvez na hora do banho quando as compressas com água morna molhavam a vossa pele ainda frágil ou quando vos tirávamos do ninho para sentirem o calor do nosso colo. Já nós, começávamos a criar alguns laços com outros pais de quem nunca soubemos o nome, eram simplesmente os pais da Diana ou os pais do Miguel, a mãe do Diogo e os pais da Maria. Não tinham nome, mas tinham uma história em comum, atrever-me-ia a dizer que com algumas mães partilhei mais num mês do que com alguns amigos no último ano.
Havia pais de passagem. Pais que ali passavam um ou dois dias quase sempre resultado de uma pequena complicação no parto ou de um bebé que precisava de fazer fototerapia. Para outros, a estadia era bem maior.31 dias para nós, mais de 90 para alguns. Não sei se a palavra certa será inveja, mas tantas vezes desejei que aquele ovo que via à porta da sala para levar um bebé para casa fosse o teu ovo. Não sei se a palavra certa será egoísmo, mas tantas vezes respirei de alívio por ser o alarme de outro bebé a disparar. Apesar destes sentimentos feios mas de certa forma legítimos, ficava feliz cada vez que um bebé ia para casa e acima de tudo aumentava também a certeza de que o nosso dia estaria para breve.
domingo, 7 de dezembro de 2014
Os amigos
Tenho andado muito ausente António, não por falta de interesse mas por falta de tempo, de tempo para me sentar em frente ao computador, sem pressas para te escrever.
Hoje quero falar-te sobre a amizade. Não sou uma pessoa de muitos amigos, tenho alguns amigos, mais algumas do que alguns e hoje provavelmente menos do que há uns anos atrás. Alguns destes amigos são muito diferentes da mãe, uns pensam mais à direita, outros mais à esquerda, com alguns partilho gostos musicais, com outros nem sequer me atreveria a sentar na mesma sala de concertos, com alguns converso sobre tudo, com outros evito tocar em determinados temas sob pena de acabarmos zangados. Mas são também estas diferenças que os tornam especiais e o que cada um me dá faz de mim uma pessoa mais rica e completa.
Alguns destes amigos tiveram filhos recentemente, outros estão para ter. Gosto de pensar que vocês serão a extensão da nossa amizade, que também vão sair à noite juntos, que vão partilhar o primeiro ( e espero que único) maço de cigarros e que serão os padrinhos de casamento uns dos outros. Só o tempo dirá se serão ou não amigos, mas seja quem for que escolheres para esta importante tarefa, escolhe bem, porque eles vão contribuir para definir o Homem que serás.
Hoje quero falar-te sobre a amizade. Não sou uma pessoa de muitos amigos, tenho alguns amigos, mais algumas do que alguns e hoje provavelmente menos do que há uns anos atrás. Alguns destes amigos são muito diferentes da mãe, uns pensam mais à direita, outros mais à esquerda, com alguns partilho gostos musicais, com outros nem sequer me atreveria a sentar na mesma sala de concertos, com alguns converso sobre tudo, com outros evito tocar em determinados temas sob pena de acabarmos zangados. Mas são também estas diferenças que os tornam especiais e o que cada um me dá faz de mim uma pessoa mais rica e completa.
Alguns destes amigos tiveram filhos recentemente, outros estão para ter. Gosto de pensar que vocês serão a extensão da nossa amizade, que também vão sair à noite juntos, que vão partilhar o primeiro ( e espero que único) maço de cigarros e que serão os padrinhos de casamento uns dos outros. Só o tempo dirá se serão ou não amigos, mas seja quem for que escolheres para esta importante tarefa, escolhe bem, porque eles vão contribuir para definir o Homem que serás.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
António, o destrambelhado
Está oficialmente aberta a temporada das quedas. A Dra. Fátima bem que nos avisou , "este Antonio é muito despachado, mas meio destrambelhado e bruto". Pois que tu não tardaste em fazer jus à fama e num só dia caíste da nossa cama para o chão, bateste com o olho no canto do móvel e para terminar deste uma valente cabeçada na banheira. O coração da mãe ficou pequenino, partido em mil bocadinhos mas depressa se recompôs ao ver-te sorrir e brincar todo bem disposto. Tu és duro filho, magoas-te e no minuto seguinte parece que não foi nada contigo, estou convencida que isto de teres lutado tanto deu-te uma força extraordinária.
Amanhã é dia da segunda sessão de terapia ocupacional, a Dra. Fátima vai ficar pasmada com os progressos. Se ela diz para estimular, a palavra de ordem lá por casa passa a ser estimular, estimular, estimular. Comprámos brinquedos de crescidos, tapetes de ginástica, treinámos vezes sem conta todos os movimentos et voilà, já te sentas direitinho e usas os braços para te apoiar. Mais uma etapa concluída com sucesso, que venham os próximos desafios e de preferência sem cabeças partidas.
Amanhã é dia da segunda sessão de terapia ocupacional, a Dra. Fátima vai ficar pasmada com os progressos. Se ela diz para estimular, a palavra de ordem lá por casa passa a ser estimular, estimular, estimular. Comprámos brinquedos de crescidos, tapetes de ginástica, treinámos vezes sem conta todos os movimentos et voilà, já te sentas direitinho e usas os braços para te apoiar. Mais uma etapa concluída com sucesso, que venham os próximos desafios e de preferência sem cabeças partidas.
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