Às enfermeiras ganhámos um carinho especial, elas não se limitavam a tratar de ti, elas cuidavam de ti, davam-te colo, falavam contigo...Esméria, Ângela, Manuela, Rute, Tânia, Ana Lúcia, Sílvia, estes serão sem dúvida alguns dos nomes cujos rostos jamais esqueceremos.
Um blog para o meu filho António, para que possa ler quando crescer. Um blog para mim, para que estas linhas me recordem sempre do que senti em cada momento. Um blog para as amigas, para que não tenham mais de ler os meus grandes desabafos sobre a maternidade no telemóvel. Um blog para quem vier, onde tudo o que é escrito vem do coração.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
A tua primeira casa
Já comecei e deixei a meio este post inúmeras vezes. Não é fácil escrever sobre aquela que foi a tua primeira casa. Foi lá que viveste até ao dia 21 de Março, o dia do início da primavera, o dia da tua alta. Lembro-me bem desse dia, chovia a potes e aqueles breves minutos à espera que o pai parasse o carro à entrada das urgências pareciam uma eternidade. Já no carro, sentei-me ao teu lado no banco de trás, agarrada aos teus pequenos dedos olhava para ti e sentia-me a mãe mais feliz e mais insegura do mundo.
Gostaria que entendesses o que sinto cada vez que vamos à maternidade, é uma mistura de gratidão e angústia, um nó na garganta e uma sensação estranha de conforto, a vontade de seguir em frente mas ter medo de esquecer. Quando passo por lá à noite tudo isto torna-se ainda mais intenso...As noites, as noites eram o pior António. Saíamos para comer qualquer coisa e na maioria das vezes ainda voltávamos às 10 ou 11 da noite para te desejar boa noite. Estacionávamos nas ruas já vazias, completamente exaustos mas sempre a passo acelerado, cumprimentávamos o segurança que já sabia de cor o número do teu berço e seguíamos pelos corredores fora, eu com o chá de funcho na mão, o pai carregado com esterilizadores, bombas de leite ou a ceia preparadas pelas avós. Desinfetávamos as mãos, deixávamos os casacos no cacifo e sentávamo-nos finalmente ao teu lado. Na sala, agora escura e quase silenciosa - não fosse o barulho constante das máquinas e do rádio propositadamente lá colocado durante a noite - ficávamos nós os três e os outros bebés. Aproveitávamos essas horas calmas para falar com as enfermeiras sobre a tua evolução e tirávamos dúvidas sobre como cuidar de um bebé tão pequeno em casa. Saímos de lá com uma boa preparação, aprendemos mais naquelas noites do que em todos os livros e cursos de preparação para o parto juntos.
Às enfermeiras ganhámos um carinho especial, elas não se limitavam a tratar de ti, elas cuidavam de ti, davam-te colo, falavam contigo...Esméria, Ângela, Manuela, Rute, Tânia, Ana Lúcia, Sílvia, estes serão sem dúvida alguns dos nomes cujos rostos jamais esqueceremos.
Às enfermeiras ganhámos um carinho especial, elas não se limitavam a tratar de ti, elas cuidavam de ti, davam-te colo, falavam contigo...Esméria, Ângela, Manuela, Rute, Tânia, Ana Lúcia, Sílvia, estes serão sem dúvida alguns dos nomes cujos rostos jamais esqueceremos.
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